segunda-feira, 18 de julho de 2011

Lula Cortês - O gosto novo da vida (1981)

 Bom como não encontrei nenhuma resenha sobre esse álbum resolvi postar esse que desabafo que Lula fez em 2003 mas que como vocês verão muitissimo atual, se alguém tiver alguma resenha do àlbum podem mandar pra gente, se quiser escrever um também, sinta-se a vontade.
Abraços.

CRÍTICAS E DIFICULDADES
- Pernambuco é uma terra muito difícil, desabafa Lula Côrtes. As dificuldades aqui são todas. As pessoas não creditam nas coisas daqui. Todo mundo de fora reconhece o valor cultural desta terra, mas as pessoas daqui usam a própria cultura como escada para subir na carreira e depois a descartam. Veja os festivais de música, como o Abril Pro Rock e o PE no Rock. No começo só tem bandas daqui. Depois começam a trazer gente de fora com um custo altíssimo, e dizem que não tem grana para pagar os artistas locais.

- Eu acho que o Movimento Mangue diz muito sobre o comportamento desta cidade, esbraveja o cantor. O caranguejo é o único bicho que anda para trás, vive na lama, e mora num buraco. É o único movimento que não tem movimento. Depois da morte de Chico, o pessoal mitificou o cara. Parece que tudo o que tinha para acontecer já aconteceu, quando na verdade não aconteceu nada. Esse lance de maracatu com rock a gente já fazia há 30 anos atrás.

Para o cantor, no início da década de 70, quando começou sua carreira multiartística de pintor, escritor e compositor, era uma época melhor para trabalhar do que a atual. Ele diz que as pessoas hoje estão mais gananciosas e viciadas em estruturas nocivas, a exemplo das leis de incentivo à cultura.

- Os artistas estão dependentes do Governo, diz Lula. Se o Governo não financia seus projetos, eles não fazem nada. Ninguém se une para uma iniciativa, pelo contrário, uns querem derrubar os outros. Sem falar nos captadores de recursos, que levam uma parte da verba de seu projeto. Parei de querer tocar. Desisti porque não vejo a menor chance disso aqui vir a possuir uma decência. Não vejo mais nenhum futuro profissional. Pretendo gravar, com uns amigos, um disco instrumental, bem introspectivo, chamado Ânima, apenas para satisfazer minha necessidade pessoal de compor.
NOTA DO AUTOR: esta matéria foi apurada e escrita em meados de 2003, mas continuava inédita, e decidi publicá-la hoje por causa do seu conteúdo ainda atual.

O Nordeste: Lula Cortês




Lula Cortês - O gosto novo da vida
01 - Desengano
02 - Dos Inimigos
03 - Lua Viva 
04 - São Várias as trilhas  
05 - Patativa
06 - São Tantas as Trilhas
07 - Noite Prêta
08 -
Dos Inimigos
09 - A Pisada é Essa
10 - Rosa de Sangue
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Lula Cortês - Rosa de Sangue (1980)


LULA CORTES
Cantor e compositor, na década de 1970 foi um dos primeiros a fundir ritmos regionais 
nordestinos com o rock and roll, juntamente com Zé Ramalho e outros artistas.

Obra: Em 1972, lança, com Laílson, o LP Satwa (Rozemblit, Recife); em dezembro de 1974, termina a gravação do álbum duplo "Paêbiru", com Zé Ramalho, mas o álbum não é lançado porque a gravadora Rozemblit, foi atingida por uma grande enchente; LP O Gosto Novo da Vida (Ariola); LP Rosa de Sangue (Rozemblit; não chegou ao mercado por conta de briga jurídica com a gravadora); LP A Mística do Dinheiro (gravado pela Rozemblit mas nunca lançado); LP O Pirata (gravado em São Paulo e também nunca lançado); LP Nordeste, Repente e Canção (Discos Marcus Pereira); CD Lula Cortes & Má Companhia (1997).

É, também, pintor e lançou livros de poesia, entre os quais "Bom Era Meu Irmão, Ele Morreu, Eu Não".

Lula Côrtes - Rosa de Sangue (1980)


Lula Cortês - Rosa de Sangue 
01 - Lua viva
02  - Balada da Calma
03 - Casaco de Pedras
04 - Nordeste Oriental
05 - Bahjan - Oração para Shiva

06 - São Tantas as Trilhas
07 - Noite Prêta
08 -
Dos Inimigos
09 - A Pisada é Essa
10 - Rosa de Sangue