O cenário foi um antigo armazém no centro do Recife. Ao entrar no local o cenário era, no mínimo, de curiosidade. Depois de tanto tempo, teríamos um show congregando artistas da nova geração e estritamente pernambucanos, aventurando-se na experiência do “é por nossa conta”. O que parecia uma tentativa foi dando lugar ao empreendorismo, ao darmos de cara com um palco bem cuidado plasticamente e a organização da equipe. Logo vieram os primeiros acordes, e o que se ouvia era um som limpo, na medida. O show de China e Mombojó foi todo bancado e idealizado pelos próprios artistas. Uma aposta alta em um mercado fonográfico que não confia tanto na força que tem, que não ousa e que acredita que só é possível fazer um evento com uma penca de patrocinadores. Sem dúvidas, não tem como ter 100% de convicção do sucesso garantido, bem sabemos o quanto tudo é muito árduo no meio musical, mas a apresentação daquele sábado, 23 de agosto, com certeza, vai ficar na memória dos seus realizadores.
O receio cedeu lugar à vontade e tudo foi muito bem recebido por uma legião de fãs. Fãs incondicionais, que lotaram o local, que cantavam incansavelmente os antigos e, surpreendentemente, os futuros sucessos das bandas. Tinha o público curioso e observador, que entrava no ritmo que ouvia, comentava com um pouco de estranheza, mas com uma certa simpatia. O que se via no palco era a integração quase pueril dos artistas, que mais pareciam estar confraternizando do que trabalhando. O vigor de cada um dos shows era um reflexo da realização, tanto de China e seus jóias, a H.stern Band, quanto dos integrantes da Mombojó. Uma troca de energia e de companheirismo, do começo ao fim. E foi assim durante mais de três horas de evento. Uma ininterrupção de uma vibe pra lá de boa.
Realmente, não se podia olhar o palco e enxergar apenas artistas performando. Não era difícil perceber uma sintonia fina, coisas de amigos de alma, de “irmãos camaradas”.
Por Tita de Paula.
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